segunda-feira, 1 de junho de 2009

@luno @juda @luno

Sônia Bertocchi

Quando iniciamos o uso da Internet como recurso pedagógico, uma das primeiras dificuldades que encontramos é a diferença no grau de habilidade dos alunos para essa tecnologia. Apesar de estarem na mesma faixa etária, freqüentarem a mesma escola, pertencerem a uma mesma comunidade e terem as mesmas condições de acesso, estão em tempos diferentes no que se refere ao domínio dessa nova tecnologia.

O professor Moran, em seu artigo “Como Utilizar a Internet na Educação”, explica:

Professores e alunos se relacionam com a Internet como se relacionam com todas as outras tecnologias. Se são curiosos, descobrem inúmeras novidades nela como em outras mídias. Se são acomodados, só falam dos problemas da lentidão, das dificuldades de conexão, do lixo inútil, de que nada muda”.

Essa colocação me faz lembrar de minhas professoras do primário. Anos 50, século passado. Elas costumavam juntar alunos com mais ou menos dificuldades para desenvolver uma determinada atividade. Sentávamos juntos, curiosos e acomodados, para interagir e, por tabela, ajudar a professora. As duplas não eram fixas, mudavam de acordo com a habilidade exigida para a tarefa proposta.

Hoje, analisando de um outro ponto de vista, vejo que essas educadoras de há mais de 40 anos, praticavam uma pedagogia baseada na participação, cooperação entre os atores envolvidos no processo de construção do conhecimento.

Bem, longe de mim ficar aqui fazendo apologia do passado, ou descartar a importância de programas de capacitação de alunos e professores. O que proponho é fugir da linha “lamúria”, buscar idéias e transformá-las em ações que resolvam alguns problemas aparentemente novos, mas que, na essência, são os mesmos de outros tempos. Portanto, as soluções nem sempre precisam ser bombásticas. No caso das diferenças de grau de habilidade, a sugestão é:

· Elaborar um diagnóstico para detectar as habilidades, seus graus e os ritmos dos alunos no que se refere ao uso da Internet (peça a ajuda de colegas e montem o teste em conjunto – um só poderá servir como base para todos).

· Propor atividades para serem desenvolvidas em duplas e/ou grupos.

· Formar duplas e/ou grupos com alunos que tenham diferentes graus de habilidades e estejam em tempos diferentes.

· Começar com atividades que exijam habilidades menos complexas.

· Alterar freqüentemente a formação das duplas/grupos.

· Estimular a cooperação, o trabalho coletivo.

· Não expor ao grupo as dificuldades dos alunos, mas explicar claramente a importância dessa estratégia.

· Criar mecanismos de registro, acompanhamento e avaliação desse processo de troca entre os alunos (o grupo de professores pode usar o mesmo tipo de registro).

Assim, com uma estratégia bastante simples, você, além de integrar a Internet à sua prática cotidiana,

· favorece o surgimento de  relações de confiança e interatividade;

· permite a seu aluno lidar com novos desafios;

· estimula a prática de trabalho colaborativo;

· distribui a responsabilidade pelo aprendizado por todos os membros da classe;

· contribui para tornar a organização da sala mais eficiente.

E, em tempos de troca de saberes, essa antiga estratégia poderia se transformar em um projeto com cara de século XXI: @aluno @juda @aluno, ou...  @luno @juda professor.

Bom trabalho!

Reportagem retirada do site Educa Rede: www.educarede.com.br

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